A extrema vulnerabilidade na transição dos cuidados hospitalares para o domicílio: uma análise sobre determinantes sociais de saúde
Palavras-chave:
Avaliação Social, Determinantes sociais da saúde, Cuidados de longa duração, Extrema vulnerabilidadeResumo
A manutenção da qualidade de vida e o bem-estar dos doentes, implicam um plano de cuidados e de suporte social tendente à recuperação física, cognitiva e/ou funcional. Contudo, a transição do nível de cuidados a partir do hospital deve considerar a multidimensionalidade do doente, num paradigma que promova a saúde e previna factores de risco importantes. Este estudo teve como desígnio identificar a vulnerabilidade dos doentes após internamento, no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (CHLO), no quadriénio 2009-2012, salientando os que se encontravam em situação de vulnerabilidade extrema.
Material e métodos: Inicialmente foram analisados os 4965 episódios sociais avaliados pelo Serviço Social, nas três unidades hospitalares que compõem o CHLO. Numa segunda fase, estudaram-se apenas os 1509 doentes que se encontravam em vulnerabilidade extrema.
Resultados: Os resultados globais mostraram quatro clusters de vulnerabilidade com rendimentos económicos insuficientes e baixas qualificações literárias. Distinguiram-se dois grupos: Um constituído por uma população jovem, solteira e que vive no desemprego e precariamente, e outro idoso, casado ou viúvo que vive da pensão/reforma. A extrema vulnerabilidade afecta os mais idosos, designadamente, os que têm rendimentos precários, despesas excessivas e dificuldades na gestão de recursos. Grande parte destes doentes desconhece os seus direitos e carece da disponibilidade ou da capacidade de apoio por parte de familiares ou de instituições de proximidade.
Conclusões: Os dados mostraram que a extrema vulnerabilidade está relacionada com uma população em risco, cujas condições individuais, socioeconómicas, da rede social e de contexto são frágeis e podem colocar em
causa o bem-estar dos doentes.
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